Uma palavra é sempre um camaleão de significaados. O prestigio de um vocábulo tem que ser alto para que, com o passar do tempo e das culturas, não chegue a agregar conotações inexistentes nas primeiras vezes em que foi usado., Muitas são as palavras que se investem de novos valores e não poucas vezes o termo perde significado etimológica.
No campo do comportamento e da psicologia, é o caso de “neurose” etimologicamente o remédio que se julga capaz de curar os nervos. De fato, o termo vem da palavra grega para “nervo”, nêuron, que o latim equivaleu a nervus e ganhou status cientifico com o sufixo OSE. Nele parece ter ocorrido metátese (transposição de um fonema dentro de um mesmo vocábulo: no caso, UR virou RV – a preferência por “neuro” em vez de nervo é considera aleatória pelos especialistas. “Neurose” teria surgido na linguagem cientifica em 1899. De nome de remédio passou a distúrbio, sem resquício algum da antiga significação.
Psicologia, na verdade, é um termo grego misto forjado muito depois da Antiguidade, quando sugerido pelo reformador alemão Melanchthlon e depois difundido nos meios escolásticos, por bom pedaço do século 16. É composto, de cara, pelo elemento psyché (alma, alento, sopro de vida).
Fonte: Revista Língua Portuguesa – Especial
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