RESUMO GERAL
O APARECIMENTO DAS CIDADES
Durante
a Idade dos Metais, muitos povoados se transformaram em cidades. A maior parte delas era pequena, mas algumas chegaram
a ter milhares de habitantes.
Muitas
vezes, as cidades eram completamente cercadas por muralhas, porque na época eram
comuns os moradores das aldeias lutarem entre si pela posse de novas terras.
A
moradia da maioria dos habitantes era pequena, retangular ou redonda, e
construída com adobe ou palha. Em contraste, as casas dos mais poderosos eram
grandes, feitas de pedra e bastantes confortáveis.
Com o
surgimento das cidades, houve também divisão no trabalho. Grande parte da
população continuou trabalhando no campo, enquanto outra parte passou a se
dedicar ao artesanato e ao comércio.
Além
disso, surgiram novas funções; havia sacerdotes especializados em realizar
ritos religiosos e responsáveis por guardar os conhecimentos, e guerreiros cuja
tarefa era proteger as cidades e aldeias, além de lutar contra outros povos. As
diferenças sociais aumentaram: as cidades eram governadas por um rei. As
pessoas mais ricas, os sacerdotes artesãos e camponeses viviam na pobreza.
Durante
a idade dos Metais, as várias regiões do planeta se desenvolveram de maneiras
bem diferentes. Em algumas, o uso do metal e a invenção da escrita deram origem
a sociedade mais complexas, que aperfeiçoaram seus instrumentos agrícolas e de
guerra. De acordo com a maioria dos cientistas, as sociedades mais antigas se
localizaram no Oriente Médio, mais precisamente no Crescente Fértil. A região
abrabhia o Egito, a Fenícia, a Mesopotâmia e a Palestina (onde hoje se situam
Egito, Israel, Iraque, Líbano, Síria e Turquia).
As
primeiras civilizações teriam surgido
nessa região, há cerca de 5 mil anos. Pouco mais tarde, grandes civilizações se
desenvolveram também na China e Índia.
Na Europa, as culturas neolíticas
deram lugar a civilizações mais
refinadas, com escrita própria, como foi o caso das sociedades da Grécia
antiga. Há indícios de que no resto do continente usava-se o metal, mas escrita era desconhecida.
Os
Celtas, que ocuparam as regiões norte e central da Europa, foram um dos povos
europeus de maior destaque. Eles introduziram a cremação, ritual funerário que
consistia em queimar os mortos em grandes fogueiras para depois guardar suas
cinzas em pequenas urnas de cerâmica.
Os
povos da América percorreram um caminho diferente: embora seus utensílios
continuassem sendo fabricados em pedra, sob outros aspectos, eles eram bastante
avançados: as cidades eram grandes, a astronomia e o cálculo eram bem
desenvolvidos; e alguns povos possuíam seus próprios sistemas de escrita.
No
Império Romano, a população divida-se em
dois grandes grupos:
- Os CIDADÃOS,
que podiam participar da política, exercer o sacerdócio e mover ações judiciais,
bem como possuir terras e casar-se;
- Os NÃO
CIDADÃOS, que eram desprovidos de direitos civis e políticos. Podiam
ser livre ou escravos (em geral, prisioneiros de guerra, cidadãos
condenados pela justiça à perda de sua liberdade ou filhos de outros
escravos). Todos os escravos podiam recuperar sua liberdade, caso seu dono o
permitisse. Eram os libertos.
A
principio, o direito de cidadania cabia apenas aos varões livres nascidos na
cidade de Roma, mas aos poucos ele foi estendido a todos os homens livres da
península Itálica. Mais tarde, coube também aos homens de províncias e cidades
aliadas dos romanos. No século III d.c., o imperador Caracala concedeu o
direito de cidadania a todos os varões livres do Império.
As
mulheres, independente de sua riqueza ou origem, nunca foram consideradas
cidadãs. Por essa razão, careciam da maioria dos direitos: não podiam
participar da vida política nem ingressar no exercito; eram sempre tuteladas
por um homem, primeiramente por seu pai e, no caso do falecimento deste, por
seu irmão ou outro parente do sexo masculino, quando se casavam sua tutela
passava ao marido. Seu papel principal era criar os filhos. Apesar dessas
limitações, as mulheres podiam ter propriedades, dirigir negócios e tomar parte
em festas e espetáculos.
REPUBLICA ROMANA
No
século VI a.C., os romanos expulsaram os monarcas etruscos e impuseram um novo
sistema político, a REPUBLICA. Nesse
sistema, os cidadãos, reunidos em assembléias, votavam as leis e elegiam os
magistrados que ficavam encarregados de governar Roam. Nessa época, formaram-se
três instituições: os Comícios, as Magistraturas e o Senado.
- Os COMICIOS
eram assembleias nas quais os cidadãos romanos se reuniam para votar leis
e eleger magistrados;
- As MAGISTRATURAS
eram os diferentes cargos do governo. Os cidadãos eleitos para esses
cargos cumpriam mandatos de um ano. Os magistrados supremos eram dois
cônsules que detinham maximo poderes civil e militar;
- O SENADO
era a instituição mais importante: estabelecia as leis, dirigia a política
externa e ditava as normas de conduta para os magistrados. Na época da
Republica seu poder aumentou, e suas decisões eram acatadas sem discussão.
No
período republicano, a sociedade romana dividia-se em três grupos: patrícios,
plebeus e escravos.
- Os PATRICIOS,
proprietários da maior parte das terras e dos rebanhos, participavam do
Senado e ocupavam os mais altos cargos políticos do Estado. Eles
constituíam a aristocracia de Roma;
- Os PLEBEUS
eram os pequenos proprietários, os comerciantes e os artesões.
Inicialmente não participavam das atividades políticas, mas, pouco a
pouco, foram alcançando a igualdade política e civil usufruída pelos
patrícios.
- Os ESCRAVOS
não tinham nenhum direito, pois não eram considerados pessoas, mas
propriedade de seus donos. Em geral, eram prisioneiros de guerra ou filho
de escravos, embora houvesse casos de plebeus que foram vendidos como
escravos para saldar dividas. Eles eram tratados como objetos ou
instrumento de trabalho, recebendo o castigo que seus donos julgassem mais
oportuno, ate mesmo a morte. Trabalhavam nos campos, nas minas ou como
criados em alguma casa patrícia. Alguns poucos escravos conseguiam sua
liberdade por decisão de seus donos.
Para
facilitar a administração das terras conquistadas, o Império foi organizado em
varias províncias, cada qual comandada por um governador (legado, prefeito,
proconsul, etc) que se encarregava de recolher os impostos, zelar pela ordem e
defender as fronteiras. Mais tarde, surgiram outras circunscrições, como as
prefeituras e as dioceses.
Dentro
de cada província, prefeitura ou diocese havia diferentes município regidos por
magistrados provinciais (duumvirus),
auxiliado por conselhos ou corporações (juntas) denominados cúrias.
Os
nomes de muitas regiões da Europa atual provem de antigas províncias romanas, e
alguns Estados europeus ainda mantem, em linhas gerais, as fronteiras
estabelecidas pelos romanos.
O
exercito desempenhou um papel preponderante na sociedade romana. No inicio,
apenas os patrícios podiam se alistar, mas após a fim da Monarquia todos os
cidadãos eram obrigados a servir o exercito. No século I a.C., o exercito se
profissionalizou, isto é, os soldados passaram a receber soldos (salários) por
seus serviços. Muitos cidadãos pobres e habitantes das províncias se alistavam
porque viam o exercito como um meio de melhorar de vida.
Os
soldados veteranos (que haviam cumprido o tempo de serviço) recebiam um lote de
terás e podiam adquirir cidadania romana.
As
cidades romanas obedeciam quase sempre ao mesmo modelo. Tinham uma planta
retangular com ruas paralelas que se organizam ao redor de dois eixos
principais: o cardo, que ia do norte
ao sul, e o decumanus (decumano), que
ia do leste ao oeste. No cruzamento de ambos, encontrava-se o fórum, praça central na qual se
desenrolava a vida política, cultural e social.
O
fórum era cercado por pórticos e decorado com as estatuas dos imperadores e
cidadãos mais ilustres. Nele situavam-se os edifícios mais importante: a cúria, onde se reuniam os senadores que
governavam a cidade; o capitolio,
principal santuário da cidade; a basílica,
onde ocorriam os intercâmbios comerciais e a justiça era administrada. Nos
limites do fórum, estavam localizados os mercados e as oficinas dos artesões,
barbeiros, sapateiros e tecelões.
As
cidades romanas eram equipadas com tido tipo de serviços: termas, teatro,
anfiteatro, circos, aquedutos, fontes e cloacas. Entre os aquedutos mais
famosos destaca-se o Pjt du Gard,
no sudeste da França. Muitas das
construções como essas eram pegas pelos dirigentes e cidadãos mais influentes.
Apesar
de terem estrutura similar, as cidades do império eram muito menores que Roma,
que chegou a contar 1 milhão de habitantes.
A
Roma antiga impressionava: além de ser repleta de belas casas, palácios, arcos,
templos, bibliotecas e teatros, ainda contavam com vários tribunais.
A
cidade tinha uma vida social agitada. Em geral, as ruas eram estreitas e
ruidosas, mas o transito de carros era proibido do anoitecer ate o amanhecer.
Os arquitetos romanos eram grandes engenheiros e urbanistas. Para evitar as
inundações provocadas pela chuva e pelo transbordamento do rio, construíram um
sistema de canais de escoamento de águas e esgotos subterrâneos semelhantes ao
existente nas cidades atuais. A maior rede de esgoto era a Cloaca Máxima,
construída no ano 500 a.C, no centro de Roma. Tinha seiscentos metros de
extensão e desaguava no rio Tibre, o que ocorre até hoje.
CURIOSIDADE:
Segundo
vários estudiosos as primeiras civilizações da Historia surgiram na
Mesopotâmia, no Egito e na China há cerca de 5 mil anos. Por terem se
desenvolvido as margens de grandes rios – Tigre e Eufrates na Índia e Huang-Ho
(Amarelo) na China, receberam o nome de sociedade fluviais. As margens desses
rios continham terras férteis e fáceis de irrigar a agricultura. Isso levou ao
crescimento econômico, que por sua vez ocasionou grandes mudanças: aumentou a
população e as aldeias, transformaram-se em grandes cidades, com milhares de
habitantes.
As
cidades trouxeram consigo grandes mudanças político sociais. O poder
concentrou-se nas mãos de um rei, que ditava as leis, mandava no exercito e
cumpria funções religiosas. A população era bastantes diversificadas –
camponeses, artesãos, comerciante, funcionários etc – e se dividia em dois
grupos:
- Os privilegiados,
que incluíam o rei e sua família, os nobres, os sacerdotes, os
funcionários e os militares de alta patente. Proprietários da maioria das
terras e dos grandes negócios ligados ao artesanato e ao comercio, eles
controlavam os principais cargos públicos.
- Os dominados,
que incluíam os camponeses, os artesãos e os pequenos comerciantes. Eles
trabalhavam nas terras e nos negócios dos privilegiados e pagavam altos
impostos.
Para
simbolizar o poder dos reis e dos sacerdotes, foram erguidos nas grandes
cidades templos e palácios, construções que se tornaram os principais centros
econômicos e culturais de seu tempo.
SOCIEDADE DA MESOPOTAMIA: Os grupos privilegiados tinham todos os
direitos e possuíam a maior parte das riquezas:
- A aristocracia
era formada pelo rei, por sua família e pela nobreza. Dispunham de grande
parte das terras e ocupavam os postos mais elevados no exercito e no
governo.
- Os sacerdotes
encarregavam-se dos rituais religiosos. Viviam nos templos, eram donos da
maior parte das terras e oficinas artesanais, e colaboravam com o governo.
- Entre os funcionários
destacavam-se os escribas, que provinham de famílias nobres e detinham
muito poder. As escolas em que eles se formavam acabaram se tornando o
centro da cultura mesopotâmica. Alem de escribas, havia também carteiros,
intendentes (administradores), copeiros, etc.
- Os camponeses
arrendavam as terras localizadas nos arredores da cidade, que pertenciam
ao rei ou ao templo, dando-lhes em troca parte de sua colheita. Esses
camponeses cultivavam cevada, trigo, judiaga (espécie de azeitona),
feijão, pepino, etc. Usavam arados rudimentares.
- Os artesãos,
entre eles tecelões, carpinteiros, ourives e perfumistas, trabalhavam em
oficinas.
- As mulheres
eram propriedades dos homens. Quando trabalhavam, recebia uma recompensa,
uma espécie de salário que correspondia a metade do que era pago a um
homem adulto.

Fonte: Glória Regina Dall Evedove, IDPP, 2014