Tributos abusivos e a Inconfidencia Mineira
Foto: Glória Regina Dall Evedove, Campanha/Mg |
O fato de termos um alto índice
de cobrança de tributos, não retrata os abusos praticados pelo atual governo,
mas, a história mostra que os governantes apenas replicam a história deste país.
Na segunda metade do século
XVIII, a diminuição da produção de ouro tornou ainda mais aguda a disputa entre
moradores locais e autoridades do fisco.
A novidade era a de que até
as pessoas que antes se alinhavam ao governo para cobrar impostos passaram a ver
exagero na voracidade do Erário. Tomás Antonio Gonzaga, juiz de Direito, foi um
deles.
Por volta de 1787, seus
poemas começaram a circular pela cidade de Ouro Preto. Neles, a pesada cobrança
de impostos era criticada, sobretudo a do governador, chamado nos poemas de
Fanfarrão Minésio, cujo verdadeiro nome era Luis da Cunha Pacheco e Meneses. Logo em seguida, o autor dos
versos se envolvia na Inconfidencia Mineira.
“Agora Fanfarrão, agora falo Contigo, e só
contigo. Por causa Ordenas, que se faça uma cobrança tão rápida, e tão forte
contra aqueles, que ao Erário só devem tênues somas?
Não tens Contratadores, que ao rei devem de
mil cruzados centos, e mais centos?
Uma só quinta parte, que estes dessem,
Não matava do Erário o grande emprenho?
O pobre, porque é pobre, pague tudo; e o
rico, porque é rico, vai pagando sem soldados à porta, com sossego!
Não era menos torpe, e mais prudente que os
devedores todos se igualassem?
Que sem haver respeito ao pobre, ou rico,
metessem o Erário um tanto certo, à proporção das somas, que devessem?
Indigno, indigno chefe! Tu só queres mostrar
ao sábio Augusto um falso zelo; poupando ao mesmo tempo devedores, os grossos
devedores, que repartem contigo os cabedais, que são do Reino”
Fonte: “Brasil – a história
contada por quem viu”, de Jorge Caldeira.
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