Continuação sobre doenças mentais

PARANOIA
A paranóia é caracterizada por delírios de perseguição. O sujeito paranóico projeta nos outros sua própria agressividade, descreve a psicanálise. Muitos paranóicos têm mania de grandeza, vivem delírios em que se vêem como figura importante, mais do que são de fato. Os gregos antigos. Um dos nomes populares do doente mental era paranous  (par’a, fora de, nous, que acomodava simultaneamente sentidos tão distintos quanto “mente”, “sentido”, “alma”, “sentimento”). O que tanta diversidade semântica implicou para os gregos, não se sabe. Paranóia para eles pode ter sido tanto uma alma que se alienam em distração permanente, quanto uma mente atormentada ou um significado paralelo ao usual. A diversidade grega cedeu à especialização de sentido que o termo conquistou o século 20.
LIBIDO
“Libido” vem do latim  libido, de libere, ter vontade de.  É substantivo feminino, com silaba Tonica no segundo i: a libido. Para Freud, a libido  é a energia psíquica que provem do instinto  sexual e determina a conduta do homem. Outros especialistas consideram “libido” a energia vital sem ligação com o impulso sexual. Existe uma palavra parecida, parônima, porem masculina: o libito, do latim libitum. Líbio significa arbítrio, vontade, desejo, aquilo que apraz. O líbito, portanto, é parente distante da indispensável libido, que tanto bem e mas nos faz.
ORGASMO
A vida era imprevisível na antiguidade, era comum ver culturas inteiras serem invadidas derepente e riscadas literalmente do mapa por inimigos competitivos, gananciosos ou ciumentos, quando não por epidemias. Num contexto tantas vezes precário, o trágico e sangrento, natural que a paixão pela ordem, pelo comedimento e pelo diálogo tivesse sido uma das ênfases gregas. Não por acaso, a temperança era uma das qualidades gregas mais veneradas. Era preciso exorcizar todos os parênteses à razão, como a rebeldia, a ira, a loucura, a arte e o prazer.
A razão de ser da palavra “orgasmo”tem relação direta com essa lógica da cultura, datada entre 1765 e 1783. Assim, “orgê”, a apalavra grega tanto para “agitação”, como “irritação”, virou a matiz de “orgáon”( desejo ardente), por sua vez antepassado de “orgasmo”, essa explosão de prazer que não tem controle, remédio ou hora marcada. Nem nunca terá.
Fonte: Psicanalise e Linguagem, 2008

Comentários

Postagens mais visitadas