Juízes leigos terão de prestar concurso público
RESOLUÇÃO
DO CNJ
Os
juízes leigos terão de ser aprovados em “processo seletivo público” para atuar
nos juizados especiais. É o que define a resolução que regulamenta a atividade,
aprovada pelo Conselho Nacional de Justiça nesta terça-feira (19/3).
O
texto prevê que os candidatos ao posto devem ser advogados com pelo menos dois
anos de experiência. A seleção será feita por meio de provas e avaliação de
títulos, sob critérios objetivos estabelecidos pelas coordenações estaduais do
sistema de juizados especiais.
De
acordo com a resolução, o exercício da função é temporário e não gera vínculo
empregatício ou estatuário. A remuneração será estabelecida por projeto de
sentença ou acordo entre as partes, segundo avaliação do desempenho do juiz
leigo. O valor da remuneração não poderá superar o valor pago ao “maior cargo
cartorário de terceiro grau de escolaridade do primeiro grau de jurisdição do
Tribunal de Justiça” que o juizado especial integra.
A
resolução determina ainda que os juízes leigos deverão receber capacitação do
tribunal de, no mínimo, 40 horas, observando os conteúdos programáticos
listados no Anexo I da resolução.
Os
juízes leigos ficam proibidos de advogar nos juizados especiais da sua
respectiva comarca enquanto estiverem atuando como tal. Eles também não poderão
advogar em nenhum juizado especial de Fazenda pública. Até a aprovação da
resolução pelo Plenário do CNJ, no entanto, a Lei 9.099/1995, que criou os
juizados especiais, era a única norma que regia a atuação dos juízes leigos. Atualmente,
a lei só exige que eles sejam “preferentemente” advogados com mais de cinco
anos de experiência e que não exerçam a profissão “enquanto no desempenho de
suas funções”.
O
juiz leigo atua nos juizados especiais como auxiliar do magistrado que dirige o
processo, realizando diversas tarefas sob a supervisão do juiz togado. Como a
proposta dos juizados especiais é tornar a Justiça mais simples, econômica e
ágil, o juiz leigo promove conciliações entre as partes, preside audiências,
ouve testemunhas, instrui o processo e até prepara a minuta da sentença para o
juiz, que age como supervisor dos trabalhos.
A
proposta de Resolução-CNJ foi elaborada pelo conselheiro José Guilherme Vasi
Werner, que é juiz titular de juizados especiais no Tribunal de Justiça do Rio
de Janeiro. Os tribunais terão 120 dias para se adequar à norma, a partir da
data da publicação da resolução.
Fonte:
Assessoria de Imprensa do CNJ.
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